No último dia 10, fomos surpreendidos com uma súbita "simpatia" do governador José Maranhão pelos funcionários públicos, especialmente pelos policiais. A princípio, pelos policiais militares e após protestos da Associação dos Políciais Civis de Carreira da Paraíba - ASPOL/PB, pelos policiais civis. Ocorre que quando do anúncio, o governador que é conhecido pela total ausência de concessão de reajustes ao funcionalismo público, disse que iria implantar a "PEC 300" imediatamente.
Mais ainda, disse que Sergipe fora o primeiro estado a implantar a PEC 300 e que a Paraíba seria o segundo. Sinceramente, totalmente fora da realidade. Primeiro que Sergipe já havia feito a sua lei de remuneração para os policiais bem antes da PEC ser aprovada até em primeiro turno. Depois que o valor da PEC é o valor do Distrito Federal, bem superior ao de Sergipe.
Já no outro dia, Zé Maranhão prometeu para o mês de janeiro e em seu guia eleitoral acabou dizendo que seria em 18 meses. Mudou de idéia bastante rápido, como podemos ver. O engraçado é que ele sabe (ou alguém próximo já deve ter dito) que não pode conceder nenhum reajuste neste período e sequer poderia prometer, já que é uma promessa impossível e incide assim em crime eleitoral.
Legalismos à parte, logicamente tudo que queremos é que o projeto vá para a Assembléia Legislativa e seja votado, porque depois de implantado nos contracheques, é como se diz "tchau e benção". O grande problema, caros leitores, é que esse é um projeto totalmente eleitoreiro e está claro que somente tem o condão de obter votos dos desavisados. Ele lê a proposta no seu guia. Veja o guia do candidato abaixo:
Particularmente, posição política à parte, temos de ter os dois pés e as duas mãos atrás com o atual governante, pois algumas perguntas precisam ser respondidas. Vejamos:
1. Porque somente agora o projeto de dar aumento aos policiais? Porque não no primeiro turno?
2. Quando foi que o servidor público da Paraíba teve aumento com Zé Maranhão?
3. Se o governador vetou 5% de reajuste, porque iria agora dar mais de 100%?
4. Porque Zé Maranhão prometeu mandar o projeto "esses dias", se sabe que há um impedimento legal?
5. Qual a garantia que os policiais tem de, após eleito, Maranhão vai realmente cumprir o que está prometendo, se todos sabemos que é o último mandato da vida dele?
Alguns dizem que "Ricardo Coutinho tem de assumir um compromisso público, dizer quanto vai pagar". Concordo que Ricardo deve sim, como candidato, assumir compromissos com os servidores públicos e com todo o povo da Paraíba. Mas daí a prometer algo que depois venha a ser inexequível, sem saber da realidade econômica do Estado e mais ainda do grau de comprometimento das receitas que Maranhão vai deixar, somente iria estar dando margem a ser chamado de demagogo e mentiroso.
E certamente é isso que Zé Maranhão e o futuro candidato a governador Veneziano Vital querem. É muito claro que caso Ricardo prometa o mesmo, vai receber de imediato a pecha de quem "critica e depois promete". E olhem que ele disse em alto e bom som que irá recompor os salários dos policiais. Veja o guia abaixo:
Particularmente, prefiro o novo e a possibilidade de negociação. Logicamente, se o atual governo implantar também ficaremos muito felizes. O que nos machuca é saber que a Polícia só é lembrada em período eleitoral, bem como a maioria dos problemas do povo.
Dia 31 de outubro escolheremos entre duas opções. Em dar mais 4 anos a quem já teve 10, Zé Maranhão. Para esse, pouco importará o que fará ou não, já que é o último mandato de sua vida e o seu projeto parece ser apenas permanecer no poder por status. Zé Maranhão tem 80 anos e é a última eleição de sua vida pública, que reconheçamos, já alcançou todos os cargos que um político pode alcançar a nível estadual (deputado estadual, federal, senador e governador 3 vezes).
Ou, caso optem por votar em Ricardo (como é a minha opção), estaremos dando uma chance para alguém que foi comprovadamente um dos melhores, quiçá o melhor, prefeito de João Pessoa e que certamente, daqui a 4 anos precisará se reeleger e sabe que para isso terá de fazer um governo fenomenal, para não passar o aperto que Cássio Cunha Lima passou em 2006.
Francamente, eu prefiro dar uma chance ao novo. Quem conhece Ricardo Coutinho sabe o quanto ele trabalhará pela nossa Paraíba, até pelo seu futuro político. Ricardo fará 50 anos no próximo dia 18/11. Tem ainda um longo caminho pela frente e certamente poderá ir muito longe, confirmando a sua capacidade administrativa, já que como parlamentar já mostrou ser capaz de encarar qualquer desafio.
Ouso dizer que 31 de outubro será o divisor de águas na política da Paraíba. É bom que pensemos o destino de nossa terra de maneira ampliada. O futuro ou o mesmismo? As promessas ou o compromisso? Está em nossas mãos transformar ou não o nosso destino.
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